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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

1. Diálogos Interdisciplinares: história e arte

Ana Luiza Rios Martins (UFPE)

 

Desde o lançamento da coleção organizada por Jacques Le Goff e Pierre Nora, que foi dividida em três livros intitulados: História: Novos Problemas, História: Novas Abordagens e História: Novos Objetos, as publicações que envolviam os diálogos interdisciplinares entre a história e a arte aumentaram na Europa e nos Estados Unidos. No entanto, observa-se que até a década de 1990 na historiografia brasileira, existia um número ainda irrisório de produções que envolviam essa temática, aumentando apenas nos anos 2000. Dessa forma, pretende-se propor esse simpósio com a finalidade de destacar a importância da arte como um objeto de reflexão de novos olhares sobre as diferentes práticas sociais e culturas. As inscrições para o simpósio estão abertas para historiadores e outros pesquisadores das ciências humanas que trabalham a música, cinema, literatura, teatro, fotografia, pintura, entre outros.

 

2. (Des) Fiando as teias familiares: entre estratégias, negociações e redes no Brasil nos séculos XIX e XX
Luciana Meire Gomes Reges (UFC); Cintya Chaves (UECE).

 

Este Simpósio Temático objetiva discutir o universo familiar sob diversos enfoques e definições, constituídos por várias tendências, suscita múltiplas discursões em torno de seu referencial teórico, do diverso caráter das fontes e metodologias de análises, de cunho quantitativo e qualitativo. A ideia de família, que permeia nossa abordagem, compreende-a enquanto instituição que media as relações entre o (s) sujeito (s) e a (s) sociedade (s), nas dimensões sociais, culturais, econômicas, demográficas, materiais, entre outras. Portanto, buscamos dialogar com trabalhos que discutam as tramas familiares, pensando as estratégias, as redes de solidariedade, as negociações, os papéis sociais de homens, mulheres e crianças nessa instituição, discursões historiográficas, relações de poder, os sistemas familiares.

3. Camponeses, Cutura Política e Ditadura

José Romário Rodrigues Bastos(SEDUC/CE); Monyse Ravenna de Sousa Barros (Articulação Semiárido Brasileiro)

 

Este Simpósio reúne pesquisas que buscam compreender de que maneira se deu a atuação camponesa no século XX, sobretudo em tempos de ditaduras. São bem-vindas as propostas que investigam as variadas formas de atuação de trabalhadores no campo, como greves e ocupações. Merecem destaque também os trabalhos que evidenciam a atuação coletiva, por meio de sindicatos de trabalhadores rurais, pastorais, partidos, etc. Também estão inseridos no debate deste simpósio temas relacionados a cultura política de camponeses e trabalhadores rurais, assim como a imprensa criada por esses sujeitos.

4. Cultura, Trabalho e Movimentos Sociais

Jormana Maria Pereira Araújo (UFC); Leo Natanael de Jesus Araújo (UFC)

 

O objetivo deste simpósio temático é fomentar o debate acerca da complexidade do mundo do trabalho, seus aspectos políticos e culturais tendo em vista nossa paradoxal experiência presente de intensificação e, ao mesmo tempo, negação da categoria trabalho. Objetiva-se, portanto, refletir sobre o trabalho como organizador de experiências em múltiplos aspectos, encabeçadas por sujeitos que têm sua (sobre) vivência circunscrita a um campo permeado por jogos de poder, percebendo aqui como, historicamente, trabalhadores e trabalhadoras reinventam valores, criam e recriam tradições que vêm se chocar com a disciplina imposta pelo tempo e lógica capitalistas. Desse modo, entende-se o trabalho não apenas como relações de produção, mas também como modos de viver - na família, no bairro, nos momentos de lazer, no partido político e /ou nos movimentos sociais, na greve. Em relação, estes vários aspectos possibilitam uma análise dos consensos e dissensos que se concretizam nas práticas cotidianas.

5. Espaço e Política: concepções de espaços, usos políticos de espaços e políticas espaciais no século XX.

Elynaldo Gonçalves Dantas; Felipe Tavares de Araújo

 

 

Almejando contribuir para o aprofundamento dos estudos das culturas políticas, das ditaduras e dos autoritarismos existentes no Brasil e na América Latina do século XX, buscaremos fomentar discussões acerca das dimensões políticas das produções dos espaços, dos usos políticos de espaços e políticas espaciais. A relação entre essas duas categorias apresenta um variado repertório de problemáticas que tornam possíveis os estudos sobre determinados interesses envolvidos na concepção de espaços, principalmente se entendermos esses por meio dos entrelaçamentos de suas dimensões concretas, simbólicas e de poder. Vinculação entre espaço e política que esteve integrado a diversos momentos da história do Brasil e da América Latina ao longo do século XX e que deixaram marcas profundas em nossa sociedade atual. Desta forma convidamos ao debate trabalhos que versem sobre a relação história, espaço e política.

 

6. Gênero como categoria: possibilidades para a escrita da história

Thiago de Sales Silva (UFC); Raquel Caminha Rocha (UFC)

 

Este simpósio temático tem por objetivo dialogar pesquisas de campos diversos, produzidas no âmbito da graduação e pós-graduação, que possuam o Gênero como categoria de análise. Trabalhos pautados em temáticas como identidade, sexualidade, feminismos, masculinidades, geração, religião, circunscritas em problemáticas fundamentadas a partir da noção de Gênero integram a abrangência deste ST. Compreendemos que tal categoria não possui um sentido fixo, tendo passado, nos últimos vinte anos, por transformações de significado, baseadas em diferentes demandas. Contudo, sobre a relação entre História e Gênero, concordamos com Joan Scott quando afirma que a categoria engendra relações de poder, “estruturando a percepção e a organização concreta e simbólica de toda a vida social.” (1995, p. 88). Portanto, o gênero é entendido por nós, nos termos da filósofa Judith Butler, como algo performativo “no sentido de que a essência ou identidade que por outro lado pretendem expressar são fabricações manufaturadas e sustentadas por signos corpóreos e outros meios discursivos.”(2010. p. 194) A categoria de gênero é trabalhada enquanto eminentemente histórica, pois desconsidera qualquer naturalização de gestos e condutas baseadas na diferença sexual. Nesse sentido, buscamos criar, através das discussões nas comunicações orais, um espaço de reflexão entre perspectivas temporais e espaciais diversas, contribuindo para a ampliação dos debates neste campo de estudos.

7. História da morte e dos mortos
Cícero Joaquim dos Santos (UFC); Francisca Eudésia Nobre Bezerra (UECE)

 

Este ST pretende fomentar discussões sobre as atitudes perante a morte e o morrer na cultura brasileira, bem como provocar reflexões sobre as maneiras como os vivos se relacionam com os mortos, dando ênfase, assim, às aparições e outras manifestações das almas do outro mundo no cotidiano. Desta forma, este simpósio adentrará nas leituras de mundo tocantes à memória sobre a morte e os mortos e suas historicidades no imaginário religioso. Desta maneira, ele possibilitará debates cujo cerne da reflexão adentrará a história das crenças e práticas religiosas, abarcando ritos fúnebres, experiências devocionais às almas santas, narrativas sobre as almas e seus percursos na geografia do Além (Céu, Purgatório, Limbo e Inferno) e assombrações. Tal proposta pretende contemplar trabalhos que articulam a escrita da História com as demais disciplinas da grande área das Ciências Humanas, como a Antropologia e as Ciências Sociais. 

 

8. História e cultura material

Antonio Luiz Macêdo e Silva Filho (UFC)

 

O ST busca refletir sobre a dimensão material da vida em sociedade, de maneira a salientar a relevância desses fragmentos do mundo físico para a configuração da experiência cotidiana e a tessitura da dinâmica temporal. Longe de sugerir uma estanqueidade do processo social, o exame do trato cambiante entre os homens e as coisas pode constituir uma via de acesso ao entendimento das formas diversas pelas quais, noutras épocas, emergiram disputas, adesões e aversões a perspectivas de mudança ou a aspirações de permanência numa determinada coletividade. Com efeito, ao se debruçar sobre expressões variadas da materialidade (artefatos, técnicas, gestos, paisagens), a investigação histórica pode contribuir para dar a conhecer e inquirir as marcas culturais inscritas no âmbito material da existência humana.

9. História e Direito: perspectivas metodológicas

Daniel Camurça (UNIFOR)

 

Busca-se com este ST discutir aspectos constituintes da dinâmica jurídica dentro dos estudos históricos. Seja na perspectiva historiográfica ou metodológica o saber jurídico precisa ser desnudado frente às ações humanas, diante de suas necessidades sociais, econômicas e políticas. O universo das leis não pode ser dissociado do universo cotidiano. Se as leis e a aplicação das leis são fruto de seu tempo, então, se faz necessário analisar a construção da ordem, a edificação de discursos normativos, compreender a produção de fontes cartoriais, para entender as tentativas em aplicar determinado ordenamento jurídico. É fundamental entender o processo de encarceramento, tanto no presente quanto no passado, para discutir a forma como o saber normatizador lida com a população comum. Na mesma medida, o referido ST intenta debater a forma como as burlas, as quebras das normas e os mecanismos de sobrevivência da população enganam as estruturas do poder vigente.

10. História e Gênero: perspectivas e abordagens de pesquisa

Ana Rita Fonteles Duarte(UFC); Elias Ferreira Veras (UFSC) 

 

O Simpósio objetiva apresentar e pôr em diálogo trabalhos que cruzam a trajetória do campo historiográfico dos Estudos de Gênero (História das Mulheres, estudos das masculinidades, teoria queer, entre outros) em seus entrecruzamentos com as discussões sobre questões étnicas, identitárias, entre outras, debatendo as possibilidades e perspectivas teórico-metodológicas para a pesquisa histórica.Este campo tratado como “alternativo” ou focado no interesse de “minorias”, desenvolvido no Brasil especialmente a partir dos anos 1990, consolida-se como área de produção profícua e relevante para as ciências humanas, onde a História está incluída. Tal perspectiva tem promovido o alargamento das possibilidades de construção de objetos de estudo e a renovação de teorias e temáticas da disciplina história. A produção historiográfica na perspectiva dos Estudos de Gênero expande-se de tal maneira que atualmente as pesquisas espalham-se por todo Brasil, sendo empregada na análise de diferentes temporalidades: antiguidade, medievo, modernidade e contemporaneidade. Além disso, tem permitindo pensarmos a utilização de diferentes fontes para o trabalho investigativo do historiador/a.

11. História e Literatura

Adelaide Maria Gonçalves Pereira (UFC); Irenísia Torres de Oliveira (UFC)

 

As relações entre a História e a Literatura têm-se mostrado bastante profícuas nas últimas décadas e vêm sendo cada vez mais consideradas por historiadores contemporâneos, principalmente aqueles ligados ao estudo da história social e cultural. Se de um lado a problematização da fonte como fato positivo pareceu, inicialmente, abalar a pretensão de veracidade do conhecimento histórico, de outro lado esse abalo fez amadurecer e sofisticar a abordagem histórica, permitindo o aproveitamento de novas fontes, como a literatura. A incorporação de novos materiais, originados na produção cultural das diferentes épocas e camadas sociais, tem sido importante, inclusive, para oferecer formas originais de aproximação aos temas e épocas de estudo, assim como a oportunidade de novas visadas críticas. Na literatura, os ecos de lutas e aspirações sufocadas por tendências dominantes podem aparecer para o historiador e reorientar a compreensão dos processos sociais. Afora a riqueza da matéria ficcionalizada, que constitui a literatura, também é importante considerar que ela mesma é um produto social e histórico e faz parte de seu tempo e do nosso, em condições que pedem especificação. Este simpósio propõe-se, assim, a contemplar, em suas apresentações e debates, os seguintes campos temáticos: 1) Representações da História na literatura; 2) História dos intelectuais e literatura; 3) História do livro e da leitura; 4) Historicidade das categorias estéticas (gêneros, elementos narrativos e poéticos etc.); 5) Formação e aspectos do sistema literário (autor, obra, público); 6) História e Literatura: aspectos teórico-metodológicos.

12. HISTÓRIA E POLÍTICA, INTERFACES: Cultura política no Ceará do Oitocentos.

Eylo Fagner Silva Rodrigues (UFC); Reginaldo Alves de Araújo (UFC)

 

Já está consolidada na historiografia a compreensão de que a história do Oitocentos no Brasil é mais abrangente e complexa do que as tramas que se passam no teatro do Sul do país. O Oitocentos no Brasil não se restringe, evidentemente, ao Rio de Janeiro (ou, mais particularmente, à Corte) e nem a São Paulo. O Norte e seus sertões e cidades litorâneas, banhadas pelo Atlântico – bacia oceânica infinitamente cheia de histórias de resistência, traições e expectativas de liberdade, de enriquecimento, de poder, de amor etc., de sentimentos humanos ambíguos e contraditórios – tem sido cada vez mais perscrutado por historiadores e pesquisadores de outras áreas do saber e, com isso, dado a ver a enorme condescendência de certa historiografia com o esquecimento ou indiferença em relação às experiências humanas tecidas nessa região imensa, onde os rincões e seus conviveres se encontraram por muito tempo “excluídos da História”; talvez devido à distância no espaço e\ou no tempo. A política concorre como um aspecto caríssimo àqueles que pretendem estudar os processos de construção do Nordeste – seja discursiva e concretamente –, porque é nesta seara que se entrecruzam, numa teia de relações cujos nós são difíceis de desemaranhar, a cultura (habitus, costumes, mentalidades, linguagem) e a economia. E se a política é assumida como uma abertura para problematizar o Oitocentos no Norte brasileiro, particularmente, no Ceará, esta mesma dimensão da realidade histórica deve ser posta em escrutínio. Para tanto, a noção de “cultura política” pode ser aventada a fim de refinar o olhar para analisar as relações em torno das confusões entre público e privado (nem sempre fáceis de delimitar na prática), e esboçar as facetas do jogo conflituoso que esgarçava as fronteiras entre este e aquele; identificar e questionar as estratégias e conveniências relativas à costura de alianças ou oposições; as orientações cotidianas concernentes à tomada de lado (de partido) entre as famílias e grupos em cizânia em cada localidade, o que poderia ser decisivo para a manutenção da própria vida. No entanto, a referida noção, questionada em face da historiografia tradicional, bem como das demais fontes, testa a sua própria validade em termos epistemológicos. Teoricamente, a noção de cultura política põe em diálogo Norbert Elias e Michel de Certeau. Habitus e táticas se entrecruzam, se (des)orientam para a ação, em face da necessidade de tomar parte, ou dissimular a tomada de posição. A noção de cultura política também comporta o transcurso das ideias – de liberdade, liberalismo, nação, Estado – e como são traduzidas na sociedade, no cotidiano, na dimensão mais próxima da agência das pessoas comuns.

13. História, Lugares de Memória e Processos de Patrimonialização

Antonio Gilberto Ramos Nogueira (GEPPM-UFC/CNPq); Ana Carla Sabino Fernandes (GEPPM-UFC/CNPq)

 

Esse Simpósio pretende reunir trabalhos produzidos pelos diferentes pesquisadores que possuem interesse pelas discussões que envolvem os conceitos de memória e de patrimônio cultural, primando pela multiplicidade de abordagens que reflitam a vontade de passado do mundo contemporâneo, abordada aqui principalmente através dos processos de patrimonialização oficiais ou não de bens e práticas culturais, visando problematizar e complexificar as relações do homem com o tempo. Considerando a historicidade dos critérios de produção, circulação, atribuição e recepção daquilo que merece ser guardado como passado e que adquire valor de patrimônio nos jogos ou disputas da sua transmissão, queremos contribuir com o aprofundamento das discussões entre as políticas de preservação do patrimônio cultural e a produção de conhecimento, para refletirmos sobre a retórica do alcance dessas políticas na atualidade, seja em relação às lutas afirmativas de diferentes identidades constituídas no espaço social, quanto sobre as identidades submergidas, soterradas e apartadas por identidades nacionais hegemônicas. É também objetivo desse Simpósio Temático promover uma reflexão sobre instrumentos, políticas e práticas que possuem esse objetivo de reter o tempo passado através de um viés preservacionista, com o objetivo de estimular o debate com vistas à formulação de alternativas para a preservação do patrimônio cultural, por meio de pesquisas que considerem diferentes aportes teórico-metodológicos.

14. História, natureza e cultura: novos desafios para a História

Kênia Sousa Rios (UFC); Paulo Cesar dos Santos (UFC)

 

Como a historia se apropria da natureza como tema de estudo? Como estabelecer este novo olhar sobre os temas conectados a problemática da cultura como parte da natureza ou da natureza como parte da cultura? O historiador precisa pensar politicamente a natureza, como sugere Bruno Latour, pensar as politicas da natureza.Nessa perspectiva existem tantas naturezas quantas culturas tivermos. Tudo isso nos leva a concluir que “não se pode entender um grupo humano sem entender como ele classifica seu meio ambiente” (Lèvi-Strauss). O simpósio pretende colocar em diálogos as pesquisas que colocam a relação natureza e cultura na esteira do ofício do historiador; seja por temas relacionados diretamente ao meio ambiente, bem como outros que articulam ciência, técnica e história. 

15. Histórias de gentes dos rios e mares

Berenice Abreu de Castro Neves (UFC); Silvana Cassab Jeha (Biblioteca Nacional)

 

A experiência gerada nas travessias em meios aquáticos, seja ela por via marítima ou por rios, é uma realidade no cotidiano de alguns sujeitos históricos, como pescadores, marinheiros e náufragos, dentre outros. Para o desenvolvimento dessas atividades envolvidas nos mundos do trabalho, saberes e habilidades são mobilizados, conflitos são desencadeados, uma cultura específica é gestada, o que provoca o surgimento de tecnologias inventadas e/ou apropriadas, assim como as mais variadas formas de representações artísticas e literárias. A aproximação entre as pesquisas que têm como objeto essas experiências de trabalho possibilitará o conhecimento das permanências e modificações pelas quais as experiências desses sujeitos vem passando, além de contribuir com o entendimento da historicidade dessas formas de ação, relações sociais e reações.

 

16. Opressões e resistências na história do Brasil pós-1945: memória, cotidiano e práticas urbanas e rurais.

Wellington Sampaio da Silva (UFC); Assis Daniel Gomes (UFC)

 

Neste ST tencionamos promover o diálogo entre os pesquisadores que trabalham com a história do Brasil pós 1945, tendo como ênfase o período de 1964 a 1985. Para isso, selecionamos pensar a memória, o cotidiano, as práticas urbanas e rurais. Esse aporte teórico e metodológico nos permite refletir sobre as opressões e resistências que ocorrera durante o regime Civil-Militar, os vestígios das memórias dos sujeitos que o experienciaram, tanto resistindo como compactuando com o golpe, as formas de resistência no cotidiano do campo e das cidades, pensando-a como campo de tensões do cotidiano e da memória desse período e, por fim, as transformações que esses espaços passaram

17. Origens e antecedentes do golpe de 1964: culturas políticas e projetos de país em disputa.

Charles Sidarta Machado Domingos (IFSUL- Câmpus Charqueadas)

 

 

Dentro do marco deste XI Seminário de Pesquisa do Departamento de História da Universidade Federal do Ceará (UFC) – Culturas Políticas, Ditaduras e Autoritarismos – este Simpósio Temático tem como objetivo principal congregar pesquisas e pesquisadores que se dedicam ao estudo do período 1946-1964 da História do Brasil, conhecido por diversas nomenclaturas, entre as quais “democracia populista”, “república liberal” e mais recentemente “tempo da experiência democrática”. Através das investigações realizadas a partir de distintos tipos de fontes e metodologias, este Simpósio Temático pretende contribuir para o aprofundamento do conhecimento histórico acerca das origens e dos antecedentes do golpe de 1964. Para tanto, estudos a respeito da sociedade, da política, da cultura, da economia e das relações internacionais do período são pertinentes para a melhor compreensão das culturas políticas e dos projetos de país que estavam em disputa a partir do fim do Estado Novo até a emergência de novo tempo de autoritarismo e ditadura no Brasil. São temáticas possíveis de abordagem pelos pesquisadores participantes: culturas políticas, partidos políticos, nacionalismo, populismo, anticomunismo, ideologia, luta de classes, circularidade cultural, memória, imprensa, cinema, música, literatura, historiografia, arquivos públicos e privados.

18. Práticas e representações da saúde e da doença na história.

Frederico de Castro Neves (UFC); Ana Karine Martins Garcia (UFC)

 

Na atualidade, a saúde, tem se tornado palco de constantes debates e estudos que tem demonstrado como os vários discursos foram, no decorre da História, construídos e representados. No Brasil, essa temática vêm frequentemente fazendo parte dos estudos e pesquisas, dos historiadores, que colaboram para o entendimento e análise das várias questões sobre as práticas de saúde existentes no Brasil, no decorrer, da sua História e também para a percepção de como a população, as instituições e organizações políticas representaram a saúde e a doença. Observou-se que os vários discursos e teorias da ciência médica no Brasil passaram a influenciarem a população no modo de agir, de se vestir, de se alimentar e de se comportar, sobretudo, nos séculos XIX e XX. As causas das doenças foram muitas vezes apontadas como sendo ocasionadas pela ausência de algumas práticas de saúde relacionadas com a falta de higiene corporal e essas explicações tinham por base os interesses, conhecimentos e crenças dos grupos sociais. Desse modo, a análise desses vários pontos relacionados as práticas e representações da saúde e da doença possibilitam a observação e o estudo das relações de cultura e poder construídas entre a população nas cidades. Esse simpósio estabelecerá diálogos com as seguintes linhas de pesquisa: Epidemias e experiências sociais da doença e da cura; Políticas e saúde, higienismo e sanitarismo; práticas terapêuticas, teorias médicas e instituições de saúde e as representações da morte e do corpo na História. 

19. Relações de poder e sociedade no Ceará Colonial (1650-1824).

Almir Leal de Oliveira (UFC); Leonardo Cândido Rolim (USP)

 

A proposta deste simpósio é reunir trabalhos que discutam a História do Brasil por meio do estudo de relações de poder (político, econômico, cultural) na sociedade colonial. Na historiografia brasileira sobre esse período, apesar de haver interesse tradicional pelos “de baixo” não se exclui a necessidade de compreender “os de cima” – o que se evidencia na diversidade dos grupos de agentes que tem suas práticas esquadrinhadas: escravos, homens pobres livres, senhores de terra, autoridades régias, além de membros da câmara municipal e demais agentes das instituições da administração colonial. De maneira mais específica, pretende-se discutir todos esses aspectos relacionados à capitania do Ceará – sem excluir, obviamente, as relações entre o Ceará e as demais capitanias. Buscando o significado dessas práticas, esses trabalhos procuram captar os enfrentamentos cotidianos, as necessidades concretas, expectativas, anseios e frustrações, assim como estratégias de coesão e formas de solidariedade desses grupos, o que lhes permite pôr em debate questões como a construção de identidade/identidades. O recorte temporal deste simpósio abrange desde a conquista do Ceará, na segunda metade do século XVII, ao período final de desmantelamento das estruturas coloniais na província, na conjuntura dos primeiros anos do Império. São pesquisas que contemplam estes aspectos diversos da América Portuguesa, e especificamente da capitania do Ceará, que pretendemos acolher neste Simpósio Temático

20. Trabalhadores livres e escravos no Brasil oitocentista: diferenças e identidades.

Jofre Teófilo Vieira (UFC); Juliana Magalhães Linhares (UVA)

 

 Este simpósio pretende possibilitar o diálogo e a troca de conhecimento entre pesquisadores com trabalhos acadêmicos que abordem a temática dos mundos do trabalho e das experiências dos trabalhadores livres, libertos e escravos em espaços urbanos ou rurais, tanto no Ceará como no Brasil oitocentista. Neste sentido, busca-se problematizar os limites ideológicos que foram estabelecidos entre o trabalho livre e o escravo. A ideia central é ampliar a reflexão ao considerar novas perspectivas de estudos (pensar em modelos teóricos, fontes e metodologias), que abordam os vários processos em que os trabalhadores são vistos como protagonistas de suas próprias histórias, ou seja, enquanto ser social sujeito de suas próprias escolhas e opções, cujos caminhos levaram a negociações ou conflitos. Assim, o simpósio é entendido como um espaço que pretende também estimular a reflexão a respeito das possibilidades e dificuldades da investigação histórica nos arquivos (públicos ou privados) e suas tipologias documentais relevantes a temática. Desta forma, o simpósio visa possibilitar o diálogo entre diferentes pesquisadores cujos trabalhos desenvolvidos na área da história social abordam a complexa relação entre trabalho livre e escravo no Brasil do século XIX. 

21. Violência, crime e discursos.

Walter de Carvalho Braga Júnior (UFC)

 

A proposta deste simpósio é acolher pesquisas que buscam analisar os modos como homens e mulheres se relacionam com os espaços urbano e rural em relação às suas experiências de ordem/transgressão. Compreender o processo de criminalização dos indivíduos através da elaboração e imposição de práticas discursivas repressoras impostas pelas instituições de poder tendo como base a construção dos modelos de masculinidade e feminilidade.

 

22. Dinâmicas identitárias e étnicas.

Franck Ribard (UFC)

 

Este simpósio pretende receber propostas de trabalhos voltados para a analise de manifestações individuais ou coletivas, dinâmicas de afirmação identitária ou de expressão cultural, em particular, negras, indígenas e de imigrantes, que rementem à problemática geral da etnicidade. De forma abrangente, no Brasil, em diferentes momentos históricos e em diferentes situações geográficas e sociológicas, surgiram configurações de grupos étnicos com distintos ou similares modos de afirmação identitária, pautados em instrumentalização política, simbólica ou mesmo essencialista da etnicidade. O aparecimento de contextos multiétnicos suscitou ora intercâmbios, ora veladas ou mesmo declaradas discriminações e, num extremo, agudos conflitos e mecanismos de exploração. Do ponto de vista da apreensão de tais processos, o contexto interacional, os termos definindo a natureza das relações interétnicas, à nível individual e coletivo, constituem elementos fundamentais de analise na medida em que alimentam a dinâmica constitutiva das estratégias identitárias envolvidas em áreas de fronteira étnica. Situações de contato envolvendo populações nativas, afrodescendentes, africanos, imigrantes e descendentes, entre outros grupos, podem levar à expressão de identidades étnicas, sempre alicerçadas em memórias que buscam congregar os indivíduos e afirmar diferenças. Considerando o papel das lembranças, das narrativas, das tradições orais e dos mitos na fixação de símbolos identitários e de uma origem comum, a história oral têm mostrado, neste sentido, ricas possibilidades para o estudo de contextos em que há produção e reprodução de identidades e fronteiras étnicas. 

 

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